Riportico executa trabalhos arqueológicos na obra do subsistema de saneamento de Lanheses - Geraz do Lima

Riportico executa trabalhos arqueológicos na obra do subsistema de saneamento de Lanheses - Geraz do Lima

Os técnicos da Riportico Engenharia executaram trabalhos arqueológicos na empreitada do subsistema de saneamento de Lanheses/Geraz do Lima, na margem Norte, nomeadamente na interceção e elevação nas freguesias de Cardielos, Serreleis, Torre e Vila Mou e Viana do Castelo. A obra é da responsabilidade da empresa Águas do Norte, do grupo Águas de Portugal.

As intervenções decorreram nos dias 17 e 18 de julho, em dois locais distintos: Avenida do Barco do Porto, em Serreleis, e na Rua do Burguete, em Vila Mou, com historiais díspares na sua identificação. No primeiro local, a intervenção arqueológica principiou com a equipa de Acompanhamento Arqueológico a proceder à remoção mecânica dos depósitos de aterro, colocando à vista o lajeado, e procedendo ao alargamento na área da sondagem.

A remoção dos blocos pétreos, muito bem aparelhados, permitiu verificar um espesso estrato composto por grande quantidade de pedra de granito, com grandes blocos dispersos e colmatados nos interstícios por pedra de menor dimensão. A escavação não permitiu atingir o substrato face à grande dimensão dos blocos, impedindo, deste modo, a remoção mecânica dos mesmos, não se tendo verificado a presença de qualquer elemento arqueológico capaz de datar a referida estrutura. Ainda assim, no que concerne à estrutura propriamente dita, poderá tratar-se de um ancoradouro que se admite que possa remontar, pelo menos, a época Moderna.

Na sondagem realizada na Rua do Burguete, em Vila Mou, a intervenção arqueológica foi integralmente manual, apenas com a remoção mecânica da calçada, enquanto trabalho preparatório. A escavação demonstrou o assentamento da calçada atual num nível de areia e tout-venant, constituindo a preparação e o “fundo de caixa” para a mesma. Assentavam diretamente no solo original, um espesso estrato castanho, heterogéneo, com abundantes manchas amareladas, residindo sob este um nível de cascalheira de seixos de quartzo, inseridos numa matriz silto-arenosa, identificando-se um possível peso de rede, com cronologia incerta face à ausência de outros materiais, mas passível de ser datada da Idade do Ferro/ Romano.

Dado o carácter regular da cascalheira, e procurando aquilatar a sua natureza, procedeu-se ao desmantelamento parcial, registando-se o substrato argiloso imediatamente abaixo, comprovando um fenómeno natural na sua formação e não constituindo o lastro de qualquer via romana.