A construção da nova ETAR de Ortiga, entrou já em fase de pré-arranque

A construção da nova ETAR de Ortiga, entrou já em fase de pré-arranque

A freguesia de Ortiga vai ver beneficiado o seu sistema de abastecimento de água potável, numa empreitada que ronda os 640 mil euros e cujo contrato foi assinado esta quinta-feira em cerimónia que decorreu nos Paços do Concelho. Esta obra, juntamente com a construção da nova ETAR que entrou já em fase de pré-arranque e tem um custo de conceção e construção de cerca de 594 mil euros, pretende reforçar a qualidade do abastecimento de água e melhorar a qualidade de vida da comunidade ortiguense no que toca ao saneamento básico.

A empreitada, descrita por Vasco Estrela, autarca maçaense, como “importante” e “mais um investimento da AdVT no concelho, “visa a “remodelação geral das infraestruturas existentes” nomeadamente no que toca às “condutas adutoras e reservatórios”, estando prevista construção de “5km de condutas de abastecimento e dois novos reservatórios, o do Pontão com duas células de 100m3 e equipado com sistema de filtração e desinfeção e o reservatório da Lagoinha, com 100 m3”, bem como a reabilitação do reservatório do Campo de Futebol, informou a Águas do Vale do Tejo (AdVT), na pessoa do seu presidente José Manuel Sardinha, também presente na cerimónia de assinatura de contrato.

José Sardinha mencionou que este investimento, a par de outras  intervenções anunciadas para o futuro, representa “uma aposta contínua na qualificação das infraestruturas públicas neste território”.

No caso da ETAR de Ortiga, o engenheiro referiu que “vai permitir desativar fossas sépticas que existem, dois conjuntos de instalações compactas” que geraram problemas no passado, e cuja solução representou um acréscimo de investimento há dois anos.

Apesar dos “custos elevados”, o mesmo responsável frisou que deixaram de existir “custos ambientais”, uma vez que as águas residuais não mais jorraram dos antigos equipamentos, o que trouxe “retorno”, quer a nível “de investimento, para as populações, produção piscícola e melhoria de qualidade do ambiente”.

A ETAR, que entrara em fase de pré-arranque na quinta-feira à tarde, prevê-se que entre em operação regular dentro de três a quatro meses, reutilizando as estruturas criadas pelo município, caso de condutas elevatórios de águas residuais que “agora irão ser integradas no novo sistema, por forma a conduzir as águas residuais para a nova instalação”, explicou, salientando que o investimento da autarquia “não é deitado fora” como aconteceu no passado, e ainda acontece noutras regiões do país.

Carlos Martins, Secretário de Estado do Ambiente, e Vasco Estrela, autarca maçaense, clicaram no botão para o pré-arranque da nova ETAR de Ortiga.

A sessão contou com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, que se referiu à ETAR desta freguesia ribeirinha como um equipamento importante no sentido de dar “maior qualidade ao tratamento dos efluentes e ser mais um contributo para a obra coletiva de despoluição do rio Tejo”.

Por outro lado, o governante reconheceu que a empreitada para reabilitação do sistema de abastecimento de água a Ortiga “melhora a qualidade da água, a flexibilidade  do sistema de abastecimento, cria maior capacidade de reserva, permitindo que numa situação crítica haja reserva suficiente, haja quantidade e qualidade de água suficiente para as populações beneficiadas”.

Contextualizando com a estratégia a nível nacional, Carlos Martins garantiu que “o país está empenhado em criar as condições para ganhar maior flexibilidade de gestão de um recurso tão importante como a água”, tendo em conta “os períodos de seca mais longos e as alterações climáticas”.

Nesse sentido, estas infraestruturas passam por ser uma das  soluções encontradas para “minimizar esses efeitos e para que as populações possam enfrentar o futuro com tranquilidade, que aqui se possam fixar mais empresas” ganhando a comunidade infraestruturas de “primeira geração” e “serviços públicos absolutamente básicos que só tardaram a chegar, mas que agora queremos concretizar e que sejam bem operados, bem geridos, garantindo sustentabilidade técnica e económico-financeira para as gerações futuras, nesta matéria, não terem preocupações”, notou.

Vasco Estrela, presidente da CM Mação, deixou um agradecimento, durante o seu discurso, em nome do concelho que lidera, na pessoa do Secretário de Estado do Ambiente pelo  “trabalho que foi feito [pelo Governo] e a determinação que colocaram na resolução dos problemas do rio Tejo”.

“Ver o rio Tejo hoje e vê-lo há dois anos atrás, não tem rigorosamente nada a ver”, considerou.

Por seu turno, Carlos Martins disse à comunicação social que tem tido boas indicações, vindas “dos autarcas, das pessoas que têm atividades económicas junto ao rio, pescadores, que fazem uso do rio para atividades lúdicas”, sobre a “melhoria muito significativa da qualidade” das águas do Tejo, algo que entende poderá “alavancar um outro conjunto de atividades económicas e investimentos que estavam a ver perturbadas as suas intervenções”.

O objetivo é “manter a qualidade que conseguimos atingir” e relembrou as últimas medidas tomadas e investimentos feitos neste âmbito, nomeadamente quanto à monitorização com sensores de poluição e de caudal e o aviso de contratação de cinco guarda-rios para o Projeto Tejo que permitirá “fiscalizar de forma mais proativa e em proximidade e continuidade”.

O Secretário de Estado do Ambiente assumiu que este é um trabalho “inacabado” sendo importante “sensibilizar os atores, agentes e cidadãos” para o facto de ser a partir “do nosso comportamento e das empresas que podemos assegurar o futuro e já que Portugal conseguiu fazer este esforço” com todas as entidades “é desejável que este trabalho tão meritório tenha continuidade e seja assegurada a sua sustentabilidade”, concluiu.

 

Fonte: Joana Rita Santos | mediotejo.net